Há uma mestria a ser alcançada pelo homem no que toca à distribuição da sua atenção. "A dose faz o veneno". No caso do intelectual, ele não pode descorar-se da vida prática, pois ela é um dos alicerces do seu trabalho. Se ele o faz, a sua produção tornar-se-á vazia de significado, já que se encontra divorciada da realidade, perdida na dialéctica.

 

Assim como a vida prática é um dos alicerces do trabalho intelectual, a relação com Deus, a percepção do divino e a verdadeira religião, que nasce da identificação com o Altíssimo - ou pelo menos do desejo de identificação -, são os fundamentos que tornam possível uma produção intelectual verdadeiramente inspirada. Assim, o intelectual honesto e conectado ergue-se como pontífice ao serviço de Deus e dos homens; do céu para a terra e da terra para o céu; do potencial para o real, e do finito para o infinito.

 

Filosofia não é religião, mas ela não existe sem considerar a presença e a primazia do divino. Se a filosofia busca causas, ela não é fiel se recusar a Causa Primeira. Para Newton, a descoberta das leis da física foram uma investigação teológica. Para Darwin, estudar a natureza era estudar a Criação.

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