top of page

O Deserto do Amor

1925

François Mauriac

239445490_1631165063760974_1401036250883948692_n.jpg

Mauriac foi um explorador da psique humana. Movia-se por esses meandros com destreza, e emergia para entregar à humanidade a sua própria história. Em O Deserto do Amor, revela como as paixões nos condicionam, levando-nos a escolher caminhos destrutivos sem que tenhamos consciência da sua periculosidade. Mostra como a força da emoção nos pode dominar e castrar a potência da vontade, fazendo-a refém de certos tipos de êxtase.

 

Seguimos um homem que se depara com uma oportunidade de vingança. Raymond Courrèges encontra Maria Cross, a mulher que o marcou na adolescência com o veneno da rejeição feminina. Nesse confronto, decorridos 17 anos da rejeição, Raymond vê emergir todo um passado que desejaria esquecer, e é essa paisagem que Mauriac leva o leitor a explorar.

 

N'O Deserto do Amor fala-se de perda. Cada personagem sofre a sua. A perda de um filho, a perda de uma paixão, perda de expectativa, perda de oportunidade. Enfim, é a história não só da ausência do amor, mas da ausência do eu que se separa do seu núcleo e fragmenta a sua unidade fundamental. É a história da perdição e do encontro inesperado com a redenção.

 

É também um relato das dores da adolescência e da iniciação na maturidade. Aqui encontramos “aqueles meninos prestes a morrer e aqueles homens prestes a nascer”. Mas quando a aparência da adultez se impõe sobre um espírito que não está pronto a crescer, “aquele rapaz de rosto lanhado (porque sua carne infantil tolerava mal a navalha)”, essa imposição deforma a criança, envelhece-a precocemente, e aprisiona-a num corpo e mente artificiais. A alma não encontra meios de se expandir, e mais cedo ou mais tarde vê-se forçada a romper um muro de protecções obsoletas e ilusórias.

 

Por vezes a família é também um deserto; “vivendo assim, apertados uns contra os outros,

as pessoas de uma família tendem tanto a não confiar nos demais, como a descobrir os

segredos do próximo. A mãe dizia da nora: “Ela não me conta nada, o que não impede de que

eu a conheça a fundo”. Cada um pretendia conhecer a fundo todos os outros, e ser ele o único

indecifrável”.

 

A mãe vive com a presunção de que o filho é mal intencionado. O pai, sempre desesperado por se conectar com Raymond, carece da habilidade de exprimir seus sentimentos, e assim se desenrola o teatro entre pai e filho, os dois se intimidando e deixando-se intimidar, desejando o coração um do outro sem jamais encontrar o caminho. O Dr. Courrèges serve-se do excesso de trabalho para mascarar a sua inépcia nas coisas familiares.

​

A criança que cresceu na negligência torna-se o adulto que não admite a rejeição. O êxtase de Raymond nascia do sentimento de controlo, de posse, de domínio sobre as pessoas e sobre as situações. Tudo o que não lhe proporcionasse isso ele via como coisas mortas, cadáveres, pois lhe lembrava a sua própria morte, que no fundo é a última expressão da rejeição.

 

Aqui, no deserto do amor, habitam as almas que buscam desesperadamente trazer a fertilidade a esta terra árida, pois algo profundo nelas tem a sabedoria de que, apesar dos seus pés pisarem na esterilidade, o amor é a substância da existência. E é no deserto do amor que o homem aperfeiçoa o seu discernimento e aprende a ver as máscaras que falseiam o amor verdadeiro.

ENCONTRAR ESTE LIVRO GRÁTIS

​

NA INTERNET

​

---

​

EM BIBLIOTECAS

​

---

​

-------------------------------

​

COMPRAR O LIVRO

Bevemente na LIVRARIA LABORATORIUM.

​

131466970_4052944044730157_5456963486575

Escritora

FRANCISCA SILVA

Da sede de conhecer

Ao abraço do Ser

---------------------------------

QUERO DOAR

O LABORATORIUM é um projecto concebido e realizado sem financiamento, por pessoas que dedicam o seu tempo livre à recolha e compilação de informação essencial à humanidade. Visto que este projecto vive de voluntariado, aceitamos e agradecemos doações de qualque valor.

​

Para este fim, criámos uma campanha de Crowdfunding, disponível aqui.

​

Caso não possa ajudar em termos financeiros, pedimos humildemente que partilhe o nosso projecto com amigos interessados ou nas redes sociais. Bem haja!

  • Facebook
bottom of page